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sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Filipinas, uma nova aventura: Parte 1


Quarta-feira é geralmente um dia de trabalho como qualquer outro, onde eu acordo por volta das 8h, tomo banho, saio com minha scooter de casa, e chego por volta das 9:30 no novíssimo escritório da Funplus, para mais um dia de trabalho. Trabalho esse que se resume em responder tickets dos jogadores (perguntas como minha vaca sumiu da fazenda, ou "não sei como fazer cesto de bambu", etc), criar posts no Facebook, traduzir novos eventos e alguns scrums com o time.
Esta seria apenas mais uma monótona e muito comum quarta feira de setembro, mas não foi.

Após menos que 5 horas de sono, acordo as 5:15, termino de arrumar a mala, e saio de casa, pronto para conhecer mais um país asiático, pegar uma praia, e fugir das intermináveis perguntas sobre vacas, tomates, pandas e cestos de bambu, não necessariamente nessa ordem.
Quinze minutos de táxi e chego no metrô de xitucheng, linha 10 azul. São 5:58 da manhã.  Mais 50 minutos de metrô e trem expresso e me encontro no maior aeroporto do mundo, o Beijing Capital Airport.
Meu vôo faz escala numa litorânea sulista cidade chinesa de nome Xiamen, onde o calor intenso e úmido que me recebe ao sair do avião contrasta com o frio polar do ar condicionado do aeroporto.

São quase duas da tarde, e decido matar as horas que me separam do próximo vôo no muitíssimo aprazível jardim botânico da cidade.







Plantas exóticas, templos budistas, colinas e estufas cheias de cactos. Encontro uma estudante chinesa que está trabalhando de férias na cidade, e que pouco conhece da China. Não chegou a conhecer Beijing ou Shanghai,  e está também de partida, de volta para sua cidade natal, numa outra cidade ao sul.  Seu nome inglês é Morning.
Não sem um pouco de dificuldade para conseguir um táxi de volta para o aeroporto, chego em tempo de pegar meu vôo às 18:20. Destino: Manila, a capital das Filipinas.
Estou com sorte e tenho três acentos livres só pra mim.

Menos de três horas depois pousamos em Manila. Preenchendo a declaração de saúde para entregar para a funcionária da alfândega, me vejo numa situação curiosa. Um grupo de chineses tendo problemas para entender o formulário em inglês, e que também não consegue entender as explicações em inglês da funcionária. Observando a situação, me ofereço para traduzir a conversa entre os dois, com sucesso. Eu, que até o terceiro colegial suava com o verbo to be nas aulinhas da Fisk, fazendo as vezes de intérprete entre um chinês e uma Filipina?
Contente com meu progresso linguístico nos anos recentes, vejo que os todos os demais passageiros já pegaram as malas. Só falta a minha.

Troco dólares por pesos (1 dólar compra 46,75 pesos filipinos, que é praticamente o câmbio esperado do real, para o final do ano),e saio em busca de um táxi. Incrível como todos aqui, dos motoristas, recepcionistas, vendedores, etc, falam inglês muito bem. Meia hora depois estou no Hostel, de nome "Where 2 next", bem no centro da cidade.





Faço checkin, e mais uma sorte. Eu reservei uma cama num quarto para seis pessoas, mas é baixa temporada, o Hostel está vazio, e fico com o quarto inteiro, e as seis camas, só para mim.

Na rua, a impressão que tenho é que estou em algum lugar de São Paulo. Leia-se: muita pobreza e pessoas dormindo nas ruas sem calçadas, uma sensação de insegurança constante, lixo na rua, e homens oferecendo garotas de programa em quase todas as esquinas.
Ando até achar o city state hotel, de onde parte meu ônibus bem cedo na manhã seguinte.

Volto para o Hostel, impressionado e triste com tanta pobreza, imaginando se o país inteiro é assim...
Cansado, me recolho para um banho merecido na minha simples suíte de 6 camas que custou o equivalente à 11 dólares.

É o final de uma quarta feira muito agitada, nada monótona, e de muitas descobertas.
Esta aventura está apenas começando.

PS: Não sei se é porque fiz trinta ou se os filipinos são muito educados, mas o fato é que todos por aqui me chamam de "Senhor" . Torço para que seja a segunda opção...



3 comentários:

HellBovine disse...

Haha é mosquito, 30 anos é o dobro da idade que tinha quando falava que "tenho uma irmã árvore" querendo dizer que tinha 3 irmãs =p

E entre filipinos e chineses acho que o "quadrilátero quadrado de Madrid" deve passar despercebido né?

Abs!

Francisco_Assumpcao disse...

Hahaha, com certeza Jão!
Aliás, vinte anos de amizade né? Outro dia mesmo estávamos preparando o trabalho sobre a atmosfera na casa da sua avó, lembra?
Abraços!

HellBovine disse...

Nossa, super desenterrou =p
Lembro sim, e o Leandro ficava bravo porque só ele sabia pintar direito haha