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domingo, 6 de setembro de 2015

Filipinas, uma nova aventura: Parte 3 (final)


Na sexta de manhã, como programado no dia anterior, tomei café no hotel e esperei pelo triciclo que veio pontualmente a às 9h me pegar, me levando até White beach. O motorista chamado Ray, viria eu a saber depois, também seria meu instrutor de mergulho.


Chegamos lá, e ele começou a me passar as instruções básicas, já que era meu primeiro mergulho com cilindro, e eu não tenho a PADI license.
Meia hora depois, e vestido com a roupa térmica, fomos para o raso, no mar, para as instruções práticas.


Na verdade achei tudo bem fácil, talvez pela minha experiência com snorkel.
Dali partimos para o barco.
Aliás, como é baixa temporada, eu fui o único cliente, e o barco, guia e barqueiro eram meu privilégio também.



Meia hora contornando as praias até entrar na Baía de puerto galera e paramos num local muito bonito, cercado de ilhas, água em diferentes tons esverdeados e alguns barcos pesqueiros como companhia.
Coloquei o colete e a máscara, e revisamos os sinais. Pronto, caí na água e começamos a descer, rumo ao chão do mar, em busca de peixes exóticos coloridos, corais magníficos e super vivos e, quem sabe, uma tartaruga.
Fomos descendo devagar, já que era meu primeiro mergulho.



Ao descer a pressão aumenta, claro, e é preciso despressurizar apertando o nariz e fazendo força para soltar o ar pelas orelhas. Em dado momento meu olho irritou um pouco, e depois viria eu saber que foi o protetor solar, mas alguns minutos depois já estava tudo ok.
A descida foi calma, e logo avistamos os primeiros corais e peixes.




Que sensação única e maravilhosa é estar lá em baixo, no chão do mar e do mundo, olhar para cima e ver todo o mar acima de você, muito lá em cima.
A sensação, ao se aproximar dos corais incríveis e ver toda a fauna e flora marinha tão vivas, é demais. É como estar dentro de um aquário, nadando junto com os peixes, mas melhor.
A sensação de mergulhar, controlando sua profundidade com sua respiração, deve ser como a de voar. A liberdade e imensidão ao redor são de tirar o fôlego (não literalmente, por favor).
Eu já vislumbrado por tudo que via, mal sabia que o melhor estava guardado para o final.
Ray aponta para mim e então eu a vejo, enorme, linda e maravilhosa, uma tartaruga marinha gigante, quase do meu tamanho.


Nado até ela, observando deslumbrado por alguns momentos, tempo suficiente para que o Ray possa gravar o vídeo de nós, do qual aproveitei depois para retirar algumas fotos.
Logo ela nada para longe, eu tento segui-la por um pedaço, mas ela é muito mais rápida do que eu.


Foi realmente mágico. Antes de emergir, Ray solta uma bóia sinalizadora para avisar barcos próximos para terem cuidado com os mergulhadores, no caso nós, que logo aparecemos de volta na superfície.

Voltamos para o barco e depois para White beach.
De lá de volta para o hotel, onde aluguei uma moto automática para conhecer outras praias mais distantes. Tomei um banho enquanto esperava a moto chegar, e depois peguei a estrada. Primeira parada foi a praia chamada Virgin Mary island, que tinha, acreditem, uma estátua da própria virgem Maria sobre a pedra, no canto da praia, abençoando banhistas e pescadores.
A praia, bem pequena e bonitinha, tinha muita sombra com seus recheados coqueiros.


As pedras na areia e na água atrapalham um pouco o banho de mar.
Comi umas frutas e dormi um pouco na praia.
Na volta passei pela praia mais agitada da região, Sabang, que é horrível, em muitos sentidos.



Primeiro porque nem é praia direito, está mais para um porto de onde saem os barcos de mergulho, com uma areia batida escura, cheia de pedras, de lixo e de cachorros.
Segundo porque é povoada de bares cheios de homens nos trinta ou quarenta, acompanhados de garotas de programa Filipinas, bêbados assistindo futebol americano.
A praia fede, e os poucos vinte minutos que passei por ali me deixaram mal.
Os hotéis ali são bons, o que faz pensar que a rotina dos turistas por ali deve ser fazer diving em algumas das várias escolas de mergulho por ali, durante o dia, e passar a noite nos bares e hotéis acompanhados das garotas de programa que, ao que parece, cobram para acompanhar o mesmo homem durante toda a estada por ali.
Não há praia menos "família" do que Sabang que eu já tenha conhecido. E não conheço poucas.
De volta ao hotel e após outro banho, fui jantar novamente no ótimo Luca, o italiano que visitei na véspera.


No sábado o dia foi parecido com a sexta.
De manhã fui novamente mergulhar. Desta vez o casal de franceses foi junto.
Fizemos dois mergulhos, sendo que no segundo vi novamente uma tartaruga, incrível!
A tarde caí na estrada novamente e fui ver a cachoeira de Tamaraw. Até que é bonita, mas a água estava muito barrenta, e o pessoal de lá proibiu o mergulho.



Valeu algumas fotos da cachoeira e da vista do alto da Baía, sensacional.


Na volta passei por uma outra praia chamada Dulangan, apenas para ter a certeza de a melhor praia da região é mesmo a que está meu hotel (Amami Beach resort), a praia de Talipanan. Aliás, acabei voltando para ela, onde passei o fim de tarde, no mar, relaxando e contemplando a paisagem da floresta na montanha, que me lembrou bastante a Serra do Mar vista de Ubatuba.
Jantei no próprio hotel dessa vez, e exausto fui dormir super cedo (às 20:30), como há anos não o fazia.

No Domingo já era dia de voltar para casa. Por isso acordei cedo, tomei café e fui pra água. Às 9:30 voltei para me despedir do casal, e tiramos uma foto como lembrança.


Voltei para água, li um pouco relaxando na esteira e curti o ótimo tempo ensolarado na praia deserta, só para mim.



Fiz checkout às 12h, peguei um triciclo para o porto de Muelle, de onde saiu meu barco.


Cheguei em Batangas e peguei um ônibus. Aliás, dei sorte porque o ônibus saiu assim que eu entrei. E o próximo seria dali uma hora.
Em Manila peguei um táxi até o aeroporto, onde cheguei super cedo, quatro horas antes do meu vôo. Sem problemas, assim tive tempo de esticar as pernas, jantar, escrever este capítulo final da minha aventura nas Filipinas e ler mais do meu livro (Inferno, não o de Dante, mas o de Dan Brown).
São quase nove horas da noite, que será longa para mim.
Farei uma escala de volta em Xiamen, onde esperarei das onze até as sete da manhã pela minha conexão. Chego às 9h da manhã em Beijing e as dez em casa, exatas vinte horas depois de deixar meu ótimo hotel na praia. Vinte horas para voltar para casa, que é praticamente o mesmo que levarão para voltar para casa os corajosos que foram passar o feriado prolongado em Ubatuba, hehehe.

Pelo menos eu tirei o dia de folga no trabalho e poderei descansar em casa.
Obrigado aos leitores que me acompanharam nesta curta aventura: vocês três são feras!

Um forte abraço, e vejam mais fotos e vídeos dessa aventura no meu Facebook!


sábado, 5 de setembro de 2015

Filipinas, uma nova aventura: Parte 2


Sexta à noite e cá estou no restaurante Luca Cucina Italiana, esperando meu gnocchi al pomodoro, tomando uma gelada cerveja San Miguel (muito boa por sinal) e recordando esses últimos dois dias por aqui.


Voltemos um pouco na história então.
Na quinta feira acordei cedo, mais uma vez (está se tornando uma constante nessa viagem), tomei café no Hostel (ovos, torradas com geléia de morango e chá), e parti para o já conhecido hotel citystate tower pegar o ônibus.
O ônibus saiu pontualmente às 8:30,com destino à cidade portuária de Batangas, duas horas distante da capital.
Meio vazio, foi na verdade a primeira vez na vida que peguei um ônibus com wifi. Entenda-se: na China ninguém viaja de ônibus, já que o sistema ferroviário é ótimo, barato, e para todos os gostos e classes. Eu sei que no Brasil a Cometa e outras viações já oferecem está mordomia, mas ainda não tive o prazer.
E eis que estou eu, usando o wifi do ônibus para escutar na CBN a vitória do todo poderoso contra o time das laranjeiras por dois a zero, do outro lado do mundo (literalmente).


Chegamos no porto, e de lá embarcamos para Puerto Galera, não em uma Galera, mas sim em um barco simples a motor, um tipo de catamarã grande, que aportou primeiro em Sabang, e depois no meio destino (quase) final, Muelle.



De lá divido um tuk tuk com um casal de noruegueses que estão viajando há 7 meses pelo mundo, até White beach, e desta praia pego um triciclo até meu hotel.
Pausa para explicar o triciclo, que é uma moto adaptada com uma extensão lateral que comporta (apertados) mais dois, e é o único e super popular e barato tipo de táxi nesta ilha.
Checkin, banho e almoço no próprio hotel, que é ótimo.




meu quarto / bangalô fica a vinte passos da água, de fronte para o mar.
Não é para menos, já que sou, junto com um simpático casal de franceses, o único hóspede.
Saio para andar pela praia, e ando da "minha praia", Talipanan, até white beach, passando por Ananiuan.
Um pouco de areia, muito de pedra, e uma água morna sem onda, e está dada a receita das praias por aqui.
É baixa temporada, e avisto poucos turistas e uns poucos mais jovens filipinos (de férias talvez) se divertindo.
Entro na água para relaxar, e aproveito que estou em White beach para reservar o meu diving do dia seguinte.



Volto no final da tarde para o hotel.
No jantar caminho pela praia por 5 minutos até, adivinhem, o recomendado restaurante italiano Luca, administrado pelo próprio.
Uma pizza excelente, do nível das melhores pizzarias de São Carlos e São Paulo. Não aguento tudo, e peço para levar o que seria meu almoço do dia seguinte.
No caminho de volta paro no breu da praia mais que deserta para observar o céu limpo e estrelado. Clichê? Não para alguém que mora numa metrópole como Beijing, que com suas luzes e poluição deixa impossível a contemplação celeste.
Tento encontrar o cruzeiro do Sul, sem sucesso, até lembrar que estou no hemisfério norte. Como o céu é diferente daqui de cima!
Volto, sonolento, e apago, exausto, na cama do hotel.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Filipinas, uma nova aventura: Parte 1


Quarta-feira é geralmente um dia de trabalho como qualquer outro, onde eu acordo por volta das 8h, tomo banho, saio com minha scooter de casa, e chego por volta das 9:30 no novíssimo escritório da Funplus, para mais um dia de trabalho. Trabalho esse que se resume em responder tickets dos jogadores (perguntas como minha vaca sumiu da fazenda, ou "não sei como fazer cesto de bambu", etc), criar posts no Facebook, traduzir novos eventos e alguns scrums com o time.
Esta seria apenas mais uma monótona e muito comum quarta feira de setembro, mas não foi.

Após menos que 5 horas de sono, acordo as 5:15, termino de arrumar a mala, e saio de casa, pronto para conhecer mais um país asiático, pegar uma praia, e fugir das intermináveis perguntas sobre vacas, tomates, pandas e cestos de bambu, não necessariamente nessa ordem.
Quinze minutos de táxi e chego no metrô de xitucheng, linha 10 azul. São 5:58 da manhã.  Mais 50 minutos de metrô e trem expresso e me encontro no maior aeroporto do mundo, o Beijing Capital Airport.
Meu vôo faz escala numa litorânea sulista cidade chinesa de nome Xiamen, onde o calor intenso e úmido que me recebe ao sair do avião contrasta com o frio polar do ar condicionado do aeroporto.

São quase duas da tarde, e decido matar as horas que me separam do próximo vôo no muitíssimo aprazível jardim botânico da cidade.







Plantas exóticas, templos budistas, colinas e estufas cheias de cactos. Encontro uma estudante chinesa que está trabalhando de férias na cidade, e que pouco conhece da China. Não chegou a conhecer Beijing ou Shanghai,  e está também de partida, de volta para sua cidade natal, numa outra cidade ao sul.  Seu nome inglês é Morning.
Não sem um pouco de dificuldade para conseguir um táxi de volta para o aeroporto, chego em tempo de pegar meu vôo às 18:20. Destino: Manila, a capital das Filipinas.
Estou com sorte e tenho três acentos livres só pra mim.

Menos de três horas depois pousamos em Manila. Preenchendo a declaração de saúde para entregar para a funcionária da alfândega, me vejo numa situação curiosa. Um grupo de chineses tendo problemas para entender o formulário em inglês, e que também não consegue entender as explicações em inglês da funcionária. Observando a situação, me ofereço para traduzir a conversa entre os dois, com sucesso. Eu, que até o terceiro colegial suava com o verbo to be nas aulinhas da Fisk, fazendo as vezes de intérprete entre um chinês e uma Filipina?
Contente com meu progresso linguístico nos anos recentes, vejo que os todos os demais passageiros já pegaram as malas. Só falta a minha.

Troco dólares por pesos (1 dólar compra 46,75 pesos filipinos, que é praticamente o câmbio esperado do real, para o final do ano),e saio em busca de um táxi. Incrível como todos aqui, dos motoristas, recepcionistas, vendedores, etc, falam inglês muito bem. Meia hora depois estou no Hostel, de nome "Where 2 next", bem no centro da cidade.





Faço checkin, e mais uma sorte. Eu reservei uma cama num quarto para seis pessoas, mas é baixa temporada, o Hostel está vazio, e fico com o quarto inteiro, e as seis camas, só para mim.

Na rua, a impressão que tenho é que estou em algum lugar de São Paulo. Leia-se: muita pobreza e pessoas dormindo nas ruas sem calçadas, uma sensação de insegurança constante, lixo na rua, e homens oferecendo garotas de programa em quase todas as esquinas.
Ando até achar o city state hotel, de onde parte meu ônibus bem cedo na manhã seguinte.

Volto para o Hostel, impressionado e triste com tanta pobreza, imaginando se o país inteiro é assim...
Cansado, me recolho para um banho merecido na minha simples suíte de 6 camas que custou o equivalente à 11 dólares.

É o final de uma quarta feira muito agitada, nada monótona, e de muitas descobertas.
Esta aventura está apenas começando.

PS: Não sei se é porque fiz trinta ou se os filipinos são muito educados, mas o fato é que todos por aqui me chamam de "Senhor" . Torço para que seja a segunda opção...